Volume 5 - Nº 2

Percepção

Nuno Figueiras Alves, Mª João Baptista, J. Soares Fortunato

Mais importante do que sentir é perceber aquilo que sentimos. De nada nos serviria captar todos os estímulos do meio externo se não fossemos capazes de consciencializar um que seja. Percepção consiste em tornar consciente a informação que nos chega ao cérebro pelos neurónios sensitivos. Foram efectuados estudos em animais treinados a identificar odores em que foi registada a actividade neurológica dos componentes do sistema olfactivo em electroencefalogramas. Este método permitiu chegar às noções de onda carrier, mapas de amplitudes e outros processos tais que demonstram e caracterizam a actividade perceptiva. O processo pelo qual o cérebro consegue concretizar esta tarefa não se resume ao funcionamento individual de cada neurónio mas sim a uma intensa interacção desenvolvida por um conjunto de neurónios do bolbo e do córtex olfactivo. Todos os neurónios do bolbo olfactivo intervêm em massa em cada processo de percepção. Estes conjuntos de neurónios, assembleias nervosas, são responsáveis pelo caos cerebral, que se pensa estar na base da percepção e não só; julga-se que a inteligência assente os seus pilares fundamentais na "desorganização orientada" do cérebro. Mais concretamente, as nerve assemblies estão na origem dos burst colectivos que são responsáveis pela existência de ondas de despolarização cujo mapa de distribuição de amplitude estabelece um padrão próprio para cada odor identificado. Cada um destes padrões armazenados no bolbo e córtex, onde se afirma fundamental o reforço sináptico em forma de sinapses Hebb, são "relembrados" sempre que se sinta o odor correspondente. Finalmente, sabe-se que para que todo este processo ocorra há uma profunda cooperação entre o sistema límbico e o sistema olfactivo.

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