Volume 5 - Nº 2

A expressão da hostilidade e factores comportamentais associados à doença cardíaca coronária

Manuela Coelho, M. Céu Gomes

O presente estudo baseia-se nas evidências empíricas que denunciam o traço de hostilidade como o principal factor de risco implicado no padrão comportamental tipo A, previamente aceite como predisponente à doença cardíaca coronária (DCC). Coloca-se a hipótese do efeito patogénico residir numa forma desadequada de expressão emocional que inclui a repressão ou manifestação exacerbada de sentimentos hostis. Além disso, de acordo com a investigação prévia, supõe-se que os factores comportamentais constituem elementos mediadores na relação entre a hostilidade e a morbilidade cardiovascular. Foram administrados instrumentos para avaliação simultânea do padrão comportamental tipo A e das várias dimensões de hostilidade (escalas do MMPI: Tipo A, Inibição da Agressividade, Anger e Cinismo; Ax Scale de Spielberger), bem como um inventário de factores comportamentais e índices fisiológicos a uma população constituída por 60 sujeitos (30 elementos do grupo experimental e 30 do grupo controlo), de ambos os sexos. A análise dos resultados demonstra a viabilidade da hipótese, pois verifica- se uma relação positiva e significativa entre as formas extremas de expressão da hostilidade e a DCC, concretamente nas dimensões de Anger, Cinismo e Anger-In; a escala do Tipo A, por outro lado, não permite distinguir o grupo de doentes coronários relativamente ao grupo controlo. Constatou-se ainda a influência do traço de Anger sobre os factores comportamentais de risco na DCC.

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