Jaime Milheiro
O autor faz uma longa reflexão sobre o estado actual da "Psicossomática" e das suas limitações conceptuais e práticas, que resultarão da dificuldade em ultrapassar a tradicional dicotomia corpo/espírito e de se conservar demasiado preponderante ainda a "medicina de orgão," que fêz o grande sucesso da "arte" neste século. Por isso existem posições várias e caminhos paralelos, todas de configuração parcial.
Considera que no momento faltam definições globais sobre o funcionamento unificado do ser humano, mas a sua procura será o caminho dos projectos e da descoberta. Para isso impõe-se uma nova metodologia investigacional, que o futuro próximo necessariamente encontrará. Só nessa altura teremos a verdadeira "Psicossomática Estrutural", organizada a partir do conhecimento do "Facto Psicossomático", que a ciência actual já vai descortinando.
Desenvolve depois a teoria de que um "sofrimento inicial", anterior a qualquer doença, deixa marcas psicossomáticas em cada um, por agora desconhecidas, as quais provavelmente traçarão sentidos e escolhas na rota das patologias, sejam físicas ou mentais (conforme é habitual ainda distinguir).